11 de Fevereiro,<br> todos ao Terreiro do Paço!
A CGTP – Intersindical Nacional, com a sua natureza de classe, é, de longe, a principal força organizada da ampla frente social que resiste às políticas de direita, combate o pacto de agressão e luta por um Portugal com futuro.
O Congresso da CGTP-IN derrubou campanhas de intrigas anticomunistas
Uma grande força que está enraizada na história, no património de luta e na cultura da classe operária e dos trabalhadores portugueses, cujo papel as outras classes e camadas não monopolistas reconhecem e respeitam. Uma força que, ao contrário dessa cúpula oportunista enfeudada ao patronato que é a UGT, criada pela aliança espúria do PS com o PSD e CDS para combater a indiscutível representatividade da CGTP-IN, é uma criação e conquista dos próprios trabalhadores e produto natural da sua luta. O seu nascimento em 1970 nas condições de dura repressão fascista é por si só eloquente prova da necessidade histórica da CGTP-IN e da sua fidelidade aos interesses e aspirações dos trabalhadores e do povo português, assim como da sua consequente posição internacionalista.
Mas não é a única, há outras igualmente importantes. Lembremos o 1.º de Maio de 1974 que, convocado pela Intersindical, constituiu a maior mobilização popular que o nosso País conheceu e que foi determinante para imprimir ao derrube do regime fascista pelo movimento dos capitães o carácter de uma revolução social profunda. Lembremos o papel da CGTP-IN e dos sindicatos nela filiados, dos Metalúrgicos aos Bancários, dos Trabalhadores Agrícolas aos Químicos, sem esquecer nenhum outro, na construção do vasto movimento popular que derrotou sucessivas tentativas de golpe contra-revolucionárias e impôs, mesmo na ausência de um poder revolucionário, as grandes realizações e conquistas da Revolução de Abril.
Lembremos a persistente e corajosa resistência, palmo a palmo, às políticas de direita de sucessivos governos, resistência que se expressou em jornadas de luta históricas, com poderosas greves gerais como a de 24 de Novembro último, e que exigiu muitos sacrifícios, como aconteceu em 1982 no 1.º de Maio do Porto com a morte de dois trabalhadores vítimas da criminosa provocação protagonizada pela UGT.
Perante as persistentes tentativas de deturpação da história do sindicalismo português é oportuno lembrar estas verdades indiscutíveis no momento em que a CGTP-IN acaba de realizar com êxito o seu XII Congresso.
A força do sindicalismo de classe
Um Congresso que o PCP saudou fraternalmente e que mostrou que, hoje como ontem, os trabalhadores portugueses têm na CGTP-IN o seu mais precioso e poderoso instrumento de organização social para defender os seu interesses, cimentar a sua unidade e promover a sua luta.
Confirmando o projecto e as provadas características que fizeram a força do sindicalismo de classe em Portugal, derrotando velhos e novos projectos divisionistas, este Congresso constituiu uma grande afirmação de unidade, combatividade, confiança e determinação em prosseguir e intensificar a luta contra a mais violenta ofensiva exploradora desde o fascismo e o ataque sem precedentes a direitos laborais e sindicais conquistados por gerações de trabalhadores.
O miserável «acordo» dito de concertação social entre Governo, patronato e UGT, teve no Congresso a resposta merecida, a natureza divisionista e colaboracionista da UGT (com o capital e as políticas de direita) ficou ainda mais desmascarada. E a recorrente campanha de intrigas e calúnias quanto ao papel dos dirigentes e activistas sindicais comunistas, se não deve ser subestimada pelos poderosos meios que envolve e alianças anticomunistas que revela, esbarrou uma vez mais com a realidade geralmente reconhecida, de que os comunistas são os lutadores mais decididos, os mais consequentes defensores das características unitárias, democráticas e de massas das estruturas sindicais, os mais empenhados no trabalho colectivo e no respeito pela dinâmica própria dos sindicatos.
Aqueles que insistem na intriga contra o PCP para enfraquecer e dividir o poderoso baluarte dos trabalhadores portugueses e desarmá-los na ofensiva sem tréguas que lhe move o capital e a reacção, tiveram uma vez mais a merecida resposta.
O XII Congresso da CGTP-IN, deu um novo e vigoroso impulso ao prosseguimento da luta. Luta que é necessário desenvolver em todas as frentes. Fazendo confluir a luta da classe operária e dos trabalhadores nas empresas e locais de trabalho com a luta das populações. Criando uma dinâmica que, em torno das suas reivindicações mais sentidas, mobilize simultâneamente os trabalhadores do sector público e do sector privado, os agricultores, os pequenos e médios empresários, os intelectuais e quadros técnicos, as mulheres, os jovens, os reformados, todas as classes e camadas anti-monopolistas. Unindo na acção não apenas os sindicatos reunidos em torno da CGTP-IN mas também sindicatos «independentes» e sindicatos filiados na UGT cujos trabalhadores se não revêem nas posições capitulacionistas do seu grupo dirigente.
Perante a violência da ofensiva e a ampla frente em que se desenvolve é necessário responder com a diversificação e multiplicação das lutas e fazê-las convergir em acções de dimensão nacional e grande expressão de massas. O 11 de Fevereiro está já aí, a exigir muita iniciativa e grande empenho de todos nós para tornar o Terreiro do Paço num Terreiro do Povo.